Fiz esse caderninho em agosto de 2013 à mão, porque o outro que usava já havia acabado. Durante a ‘vigência’ desse sketchbook, fiz uma disciplina na faculdade que, em seu início, falava sobre a importância de buscarmos nossa identidade enquanto artistas, ilustradores: além de ser um diferencial no mercado, nossa identidade se tornaria nossa assinatura ao longo dos anos. Mas como buscar essa identidade? Bom, além da prática constante, a professora falou que alguns artistas tinham o costume de anexar suas referências em um caderninho – foi o que eu fiz.
Separei uma tarde só para fazer isso: juntei todas as revistas velhas que tinham aqui em casa e saí recortando, de cada uma, tudo que me era agradável aos olhos. Sem pensar muito, sem muitos critérios: eu gostei? me chamou a atenção de alguma forma? recortei e colei. Foi uma espécie de pinterest manual.
Produções de moda, cores, texturas, modelos, penteados, desenhos, estampas… Tudo. No final das contas, essa experiência não só funcionou como uma coleta de referências, mas também como parte do processo da minha descoberta enquanto pessoa e enquanto profissional.
E agora, quando eu estou com bloqueio criativo, posso correr nesse caderninho e buscar inspiração em uma das muitas páginas que ficaram “gordinhas” de tanta coisa que colei nelas.
O mais legal foi observar que, à medida em que eu ia preenchendo as folhas com as colagens, ia ganhando mais liberdade e autoconfiança pra experimentar e fazer coisas novas: fazer rabiscos e anotações, sobrepor imagens, fazer interações entre elas…
Também foi bacana perceber que meu olhar foi ficando mais apurado: no final do ‘exercício’, já conseguia olhar para algumas imagens e enxergar outras ‘funções’ para elas: foi o caso dessas duas coroas acima, que originalmente eram/são colares.
É um exercício muito inspirador: você vai colando as imagens, e os desenhos vão surgindo como se já fizessem parte daquilo: essa máquina de escrever, retirada de um papel de presente da Livraria Cultura (acho), me levou a desenhar os passarinhos saindo de dentro dela. E a liberdade que o conjunto me deu serviu para desenhar essa garota e fazer testes nela com lápis de cor não tão usuais pra mim (pro preenchimento da pele), como o laranja, o roxo e o azul.
Enfim, o exercício de colagem / coleta de referências é absurdamente enriquecedor, apaixonante e inspirador. Depois dele, você vai perdendo cada vez mais o medo de errar, de experimentar, de colocar a ‘mão na massa’: e isso é muito engrandecedor, é um passo bem largo na caminhada rumo à busca do estilo próprio 🙂 Adorei fazer e, provavelmente, depois vou fazer outro caderninho e dedicá-lo somente às colagens.
Agora quero saber de vocês: já tentaram fazer esse exercício? Também têm o costume de usar o sketchbook para guardar referências e inspirações? Me contem nos comentários 🙂
Beijinhos e até o próximo post!
♥
Arantxa Carolina
que lindo! todas as revistas velhas aqui de casa já acabaram, de tanto que eu picotei ): sou a louca das colagens, adoro recortar colar jogar glitter e desenhar florzinhas em volta! haha >:D
e seu sketch é liiiiindo! eu queria conseguir fazer um sem dar errado na metade do processo HAHAHAHAHA
Monique Carvalho
Ameeei, vou fazer o meu assim que possível " tempo ". Ótima idéia para inspiração. <3 Ttambém curso moda e sabemos bem que esse tema é complicado, na realidade, na área artística em geral, né? Estou fazendo alguns cursos de desenho online e só tenho a agradecer por seu trabalho, é minha inspiração <3 Já tentei reproduzir alguns dos seus. 🙂 Sucesso sempre !!
Juliana Rabelo
Muito bacana, né, Monique? É um exercício ótimo e sim, buscar uma identidade é importantíssimo!
Ah, fico muito feliz por ser parte da sua inspiração =~~~)
Muito obrigada :~) um abraço!
Juliana Rabelo
hauhauahehuae! eu também adoro colocar a mão na massa, me sujar de cola, sujar meu quarto e depois ver a lindeza do resultado final o/
ô, que bom que você gostou do sketch! mas esse aí ficou todo cagado (com a licença da palavra, HEUEHUAHUHEUA), cheio de defeitos; acho que por isso que eu não tive muito mi-mi-mi com ele, nem medo de errar, de sujar, de arrancar as páginas, essas coisas. Tô tentando fazer uns mais bonitinhos e decentes, agora, e tá dando até certo! 😀 Se eu conseguir ficar satisfeita com algum (virginiana feelings), quem sabe ponho até pra vender o/
beijos, sua linda!
Amanda Alboino
Oi Juliana!
Estou estudando design e em muitos livros se fala da importância de se ter algum tipo de lugar pra colocar suas referências. Normalmente eu faço isso desde criança. Pego objetos que tem algum valor sentimental, emotivo ou visual e guardo em caixinhas. (Tem um monte delas em casa :P)
Mas depois de estudar, me veio a ideia de fazer um mural, uma parede enorme que eu pudesse só olhar, mudar de lugar as coisas e combinar, mas a ideia é meio inviável por motivos de: mamãe ia pirar.
Adorei a ideia do sketch de colagens como fonte de inspiração, acho que vou adotá-lo!
Conheci seu blog recentemente e estou praticamente devorando-o. Parabéns!
Camera water n dream
Compra mural de cortiça: não vai colar nada na parede, só pendurar como um quadro. Isso super ajuda 🙂 Dai e só comprar taxinhas 🙂
Larissa Caldieri
Colagem é uma de minhas maiores paixões no ramo criativo. Tenho um fichário cheinho delas, mas nos últimos meses fui tomada por um bloqueio criativo terrível devido à preguiça, principalmente. Preciso voltar a colar!
Beijos,
Larissa Caldieri
Telling Tales
Isabella Pessoa
Olha onde eu vim parar! rs
Amei essa ideia, Ju! Vou aproveitar que estou cortando capas e fazer um caderninho tipo álbum pra fazer colagens. Quem sabe eu saio dessa fase sem inspiração :~~
Tudo lindo! <3