Nesse post, eu quero mostrar pra vocês os meus primeiros passinhos na pintura digital. Aqui, eu conto pra vocês o motivo pelo qual, depois de 10 anos trabalhando com aquarela, eu resolvi dar uma chance pro digital; conto o programa que eu tô usando pra fazer minhas pinturas, a mesa digitalizadora que eu investi e os cursos que mais me ajudaram a dar esses passos com segurança. Esse é um post pra eu olhar daqui a 5, 10 anos e pensar: caramba, como eu evoluí! Bom, pelo menos é o que eu espero hahaha
Na ilha do sooooooooool Em 2020, eu recebi uma proposta de trabalho fantástica, de um mercado de trabalho que eu queria muito fazer parte, mas precisei recusar por conta do prazo. Veja bem, eu me considero uma pessoa relativamente rápida na aquarela, então pra eu precisar recusar esse tipo de trabalho, foi porque realmente seria inviável dar conta de todas as etapas em tempo. Aí eu fiquei pensando justamente em todas essas etapas: rascunho, desenho, escanear, transferir pro papel de aquarela, pintar, digitalizar de volta, tratar a imagem… E comecei a perceber que, se eu conseguisse desenvolver um estilo de pintura digital que me agradasse, eu conseguiria eliminar pelo menos 5 dessas etapas – ou seja: otimização do fluxo de trabalho! Ou seja: não precisar recusar de novo trabalhos com prazos mais apertados!
Antes de começar a mostrar pra vocês esse meu início de trajetória, é importante dizer que o programa que eu uso é o Adobe Photoshop. Eu uso o Photoshop desde que me entendo por gente – fazendo montagens toscas nas minhas fotos pro Orkut ou diagramando trabalhos da faculdade, ele sempre foi um fiel companheiro! Eu assino um dos planos e considero isso como parte dos meus investimentos em trabalho. É com essa assinatura, inclusive, que você tem acesso à biblioteca de brushes (pincéis) maravilhosa da Adobe, incluindo os famosos pincéis de aquarela do Kyle T. Webster!
E aí eu fui lá, com a minha antiga mesinha Wacom Bamboo, que eu tinha já desde a época da faculdade (e nem se fabrica mais, aparentemente?), e comecei a fazer estudos iniciais com pincéis mais duros, sem textura, só mesmo pra estudar valores tonais. Todos esses estudos foram usando fotos de referência 🙂
Depois que eu fui me sentindo mais segura com essa percepção de valores tonais, fui adicionando cores aos estudos, pra começar a pensar em método de pintura, e também pra explorar os pincéis com textura. Os meus grandes aliados nesse momento foram bichinhos que voam fazendo coisas engraçadinhas:
E apesar de todos esses estudos parecerem maravilhosos, talvez (?), eu ainda tava sentindo muita dificuldade de realmente entender o que eu tava fazendo, sabe? Não é que eu não goste desses trabalhos, eu só tava achando muito estranho esse negócio de só ficar errando e acertando, dando tiro no escuro e conseguindo alguma coisa que me agradasse pela sorte.
Sair do tradicional depois de tanto tempo e começar no digital praticamente do zero foi muito frustrante pra mim, porque eu realmente achava que esse processo de adaptação ia ser bem mais rápido devido aos meus conhecimentos prévios. Mas que nada, eu parecia uma criança de 6 anos de idade desenhando no digital kkkkcry
ou: o parágrafo mais white people problem que você irá ler neste blog
Eu estava juntando dinheiro já há alguns anos pra fazer uma melhoria no meu material de digital. No final de 2020, eu recebi um pagamento alto de um trabalho, e na minha cabeça já estava muito certo que iria comprar um iPad. Eu salvava brushes e tutoriais do procreate, assistia timelapses, ficava me imaginando super desenhando nele deitada, no sofá da sala… Até que eu esbarrei com esse vídeo da Lila Cruz, e isso me fez pensar que:
Depois de muito refletir, observar e conversar com outras artistas maravilhosas que também usavam a Cintiq, eu me senti muito confiante pra fazer esse investimento. O resumo dessa história foi que eu basicamente transferi todo o dinheiro do trabalho lá e mais um pouco pra conta da Wacom kkkkkkkkcry
Eu fiquei muito maravilhada quando usei a Cintiq pela primeira vez! Essa coisa de você poder desenhar na tela fez muita diferença pra mim, que praticamente desenhei a vida toda no papel. A pressão que você coloca na caneta, por exemplo, fez muito mais sentido na minha cabeça vendo isso acontecendo ali, no suporte que eu tava desenhando, ao invés de fazer esse movimento em um canto e ver ele acontecendo em outro. Esse foi o meu primeiro desenho na mesa 😀
Fazem mais ou menos cinco meses que tô usando essa mesa, e até agora não tenho absolutamente nada a reclamar dela. De verdade. Valeu a pena cada centavo investido, porque pela primeira vez eu senti que eu tava entendendo o que tava acontecendo na minha frente.
Eu tenho estudado quase diariamente pra desenvolver a habilidade do desenho com o digital – parece que você desaprende a desenhar, e já sinto que é perceptível a evolução das minhas pinturas, mesmo com pouquinho tempo de prática :~)
Mas a ilustração dos lobos-guará foi a primeira que eu tive coragem de compartilhar publicamente, o que eu já considerei um grande passo, olha só 😀 hehehe
Eu realmente achava que ia conseguir dar conta de desenrolar essa experiência sozinha, afinal, eu já sabia desenhar e pintar, e também tinha um bom conhecimento de Photoshop. Mas para a minha infeliz surpresa, a mesa caríssima que eu comprei não deixou a minha pintura maravilhosa automaticamente. Um absurdo, né, Wacom????
Brincadeiras à parte, foi muito doido perceber que, mesmo com todos os meus anos de experiência no tradicional, foi como se eu realmente tivesse aprendendo muita coisa do zero ali, no digital. Fluxo de trabalho, organização, e até o desenvolvimento de um estilo próprio de pintura (sim!!!!!!) foram coisas que eu precisei de muita ajuda pra conseguir virar a chavinha – e aqui, quero deixar registrado um obrigada especial para a maravilhosa Raíssa Bulhões, que se dispôs a me ensinar muita coisa de Photoshop, e dividiu comigo a felicidade da primeira pintura digital que deu certo pra mim :’) Além da contribuição dela, esses foram os cursos que fizeram toda a diferença no meu processo:
Bom, o primeiro curso que eu fiz pensando em melhorar foi o da maravilhosa Giovanna Medeiros, que trabalha tanto no tradicional como no digital, e o que eu mais curti nesse curso é que ela traz uma possibilidade muito bonita de transpor a linguagem do tradicional pro digital, por meio de pincéis específicos e de recursos, como o de digitalizar pinceladas de tinta! (juro que minha cabeça explodiu nessa hora, porque eu NUNCA tinha pensado nessa possibilidade!). Esse foi o meu projeto final pro curso dela, e foi a primeira vez que eu me senti realmente orgulhosa de uma pintura digital minha 🙂
se você curtiu a proposta do curso e quer fazer também, é só clicar aqui! 🙂
Lembra quando eu falei ali em cima que usava o Photoshop pra tudo, desde sempre? Eu achava que sabia mexer no Photoshop. No curso da Gemma Gould, eu descobri que tava usando só, sei lá, 30% do programa. Tudo que eu aprendi sobre Photoshop foi vendo tutoriais na internet, a maior parte deles voltados pra fotografia e publicidade. O mais legal desse curso é que ele realmente é voltado pra ilustradores, então você não fica tendo aquele trabalho de entender como funciona a ferramenta, e depois quebrar a cabeça pra ver como você vai conseguir adaptar isso no seu trabalho, sabe? O curso é muito completo e objetivo, e eu sinto que ele é daqueles que toda vida que você reassistir, vai descobrir coisas novas :~) E ele explora o Photoshop desde os primeiros passos, então ele é 100% recomendado para iniciantes. 🙂 Esse foi o meu projeto final pro curso:
Juro que a repetição do sapinho foi pura coincidência hahaha se você curtiu a proposta do curso e quer fazer também, é só clicar aqui! 🙂
E por último, mas de jeito nenhum menos importante, o curso de Aquarela Digital, do Adilson Farias foi o que fez virar uma sucessão de chavinhas na minha cabeça. Eu lembro de ter começado a fazer o curso no mesmo dia que eu comprei, e quando ele começou a explicar sobre como cada pincel de aquarela pode ser usado, quais as relações dos pincéis com as aguadas que a gente faz no papel…. Putz, eu comecei a pintar uma ilustração e terminei tudo em uma sentada só hahahaha
você pode conhecer o curso de Aquarela Digital clicando aqui 🙂
O curso ainda ensina algumas possibilidades de texturas em aquarela, que você pode digitalizar e usar no Photoshop, além de mostrar métodos super interessantes de pintura em técnica mista (aquarela + pintura digital). Se você não sabe desenhar, ou se quer praticar os conhecimentos em um desenho já pronto, o professor disponibiliza desenhos feitos por ele mesmo, pra você treinar 😀 É um curso que valeu MUITO a pena pra mim, e sinto que depois dessa ilustração, é como se eu tivesse conseguido dar muitos passos na direção de um fluxo de trabalho mais otimizado, além de ter encontrado o caminho pra incorporar o meu estilo de pintura no digital! Pra quem se interessou, basta clicar aqui pra adquirir o curso 🙂
A única coisa que eu ainda tô tendo dificuldade é com a organização/posição dos materiais na mesa e com a minha postura, mas isso não tem nada a ver com a mesa hehehe! Atualmente, a Cintiq fica inclinada, apoiada em alguns livros (tô namorando com o suporte da Wacom, mas ainda é um sentimento não corre$pondido……), e o meu teclado fica em uma gavetinha da minha mesa. Preciso melhorar esse setup, porque tem momentos que eu percebo que minha coluna tá dando um nó???? Será que isso acontece com todo mundo ou tem um jeito melhor de você organizar as coisas?
Quando o Rodrigo Cordeiro me entrevistou, eu tinha acabado de comprar a Cintiq, e lá eu conto um pouco mais dessa experiência bem inicial, as minhas expectativas e planos com o digital – no vídeo, eu falo que eu ainda não sei o que eu quero na pintura digital, se criar um novo estilo, ou se tentar simular a aquarela. Eu também falo que ainda não tinha postado nenhum estudo nas redes sociais, porque ainda não tava sentindo que era aquilo. E hoje, 3 meses depois desse vídeo, eu já me sinto um pouco mais segura pra compartilhar nesse blog, que é o meu tesouro de mensagens de carinho pro meu eu do futuro, os primeiros registros dessa caminhada.
Obrigada por dividirem esse momento comigo ♥
cíntia
Nossa , ju, fico feliz demais em ler esse post ♥ te acompanho faz tanto tempo!! muito bom voltar a ler posts aqui (muito melhor que a rede social ao lado). lembro que entrava toda semana no teu blog pra ver os posts novos hihi que bom que você ta se encontrando no digital, realmente é uma mao na roda em otimizar tempo. um abraço.
Juliana
oi, Cíntia! Que amor de comentário, muito obrigada! é muito bom poder dedicar tempo pra produzir os posts aqui pro blog sem me preocupar com o algoritmo da rede ao lado, hihi ♥ obrigada por me acompanhar :~)
Juliana Ferreira
Obrigada, Jú! Que legal você compartilhar sua experiência. Acompanho tua trajetória desde o início e fico feliz com tua evolução <3
Cláudia
Juliana, em primeiro lugar quero te dar parabéns pelo seu trabalho, é visível a qualidade e todo o esforço e dedicação que você tem.
isso é claramente um dom, achei tudo muito lindo e desejo sucesso pra você.
parabéns novamente.
Márcia
oi Juliana!
Quero fazer uma toalha de mesa com pintura digital de gansos.
Como faço?
Juliana
Oi, Juliana!
gRATIDÃO POR COMPARTILHAR SUA SAGA NA PINTURA DIGITAL.
eSTOU iNICIANDO MINHAS PESQUISAS E ESTUDOS SOBRE O ASSUNTO E AMEI SEU CONTEÚDO.
sÓ CONTINUE, LINDEZA!
lUCAS eRNANES
qUE INCRÍVEL A SUA TRAJETÓRIA!! EU QUERO MUITO ME TORNAR UM ILUSTRADOR QUE PINTA AQUARELAS DIGITAIS, MAS A MINHA MAIOR DIFICULDADE É ENCONTRAR PINCÉIS QUE SIRVAM PRA ESSE TIPO DE PINTURA.. eu TENHO UMA MESINHA BEM PEBA, AQUELAS QUE VC COMPRA DE 130 REAIS MESMO, MAS SINTO QUE AINDA NAO AONDE QUERO, vOCÊ TEM UMA INDICAÇÃO DE PACK DE BRUSHES QUE ME AJUDE NESSE INÍCIO DE JORNADA? INFELIZMENTE SOU DESPROVIDO DE DINHEIRO PRA ADQUIRIR ATRAVÉS DOS CURSOS AINDA..